Nos EUA, Bolsonaro faz campanha por Marinho e deixa em aberto se vai concorrer em 2026

Como das outras vezes, Bolsonaro voltou a questionar os resultados das eleições 2022, sem oferecer um mínimo de provas

Por Diogo Max, Valor — São Paulo

Em um evento em Orlando, nos Estados Unidos, na última terça-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro falou sobre a disputa pelo comando no Senado Federal, que ocorre hoje. Ele declarou apoio ao ex-ministro Rogério Marinho (PL), eleito senador pelo Rio Grande do Norte, que concorre contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Eduardo Girão (Podemos-CE).

 

“Sei que o momento é bastante delicado, amanhã [hoje] é um dia importantíssimo para os brasileiros, a eleição da mesa [diretora] do Senado Federal, o que representa para nós, de acordo com a chapa vencedora [de Rogério Marinho], a volta à normalidade, uma certa pacificação”, disse Bolsonaro, em um vídeo a que o Valor teve acesso.

 

Bolsonaro também cortejou aos deputados e senadores, fazendo uma alusão a uma fala do ex-presidente da Câmara Ulysses Guimarães (MDB), morto em 1992 – Ulysses respondeu a uma pergunta de um jornalista, afirmando que o próximo Congresso seria pior do que àquele que ele presidia.

 

“Hoje ouso dizer a vocês que esse novo parlamento que toma posse amanhã [hoje] começa a mudar isso. Tem uma qualidade superior àquele que deixaram [sic] no dia amanhã [hoje]. Então, é uma esperança que nós temos, nesse novo parlamento, temos esperança na eleição do Rogério Marinho para [a presidência] do Senado Federal”, afirmou o ex-presidente.

 

Como das outras vezes, Bolsonaro voltou a questionar os resultados das eleições 2022, sem oferecer um mínimo de provas. “Nunca fui tão popular no ano passado, muito superior a 2018, e no final das contas a gente fica com uma interrogação na cabeça”, disse.

Questionado se iria descansar ou se estaria já pensando nas eleições de 2026, Bolsonaro ainda falou que acredita que “tenha deixado muitas lideranças no Brasil, muita gente boa que está chegando no Congresso” e nos executivos dos Estados. “Têm [as eleições no ano de 20]24 pela frente ainda. Não podemos abandonar a política. A política faz parte da nossa vida”.

 

O ex-presidente ainda disse que “não existe o bolsonarismo, existe no momento uma nova cultura, uma aglutinação de forças que estavam espalhadas pelo Brasil” e que ele acredita ter “colaborado para unir as pessoas de bem do Brasil”.

Sobre a tentativa de golpe de estado no dia 8 de janeiro por seus apoiadores, Bolsonaro disse também que “isso não é bolsonarismo”. “Esqueçam o bolsonarismo, esqueçam isso”, afirmou o ex-presidente. “A gente lamenta o que alguns inconsequentes fizeram no dia 8 de janeiro, aquilo não é a nossa direita, não é o nosso povo”.

FonteValor Ecoômico