Paul Manafort, ex-chefe da campanha presidencial de Donald Trump, se entregou a autoridades federais americanas nesta segunda-feira (30). Ele e seu ex-sócio Rick Gates, que também se entregou, foram indiciados por 12 acusações, incluindo conspiração contra os Estados Unidos, lavagem de dinheiro e falso testemunho, na investigação sobre os laços da campanha do atual presidente dos Estados Unidos com russos.
No Twitter, Trump se manifestou dizendo que as acusações datam de anos antes da campanha.
Segundo informa “The New York Times”, as acusações contra Manafort e Gates não mencionam Trump ou a corrida eleitoral, mas descrevem em detalhes o trabalho de lobby de Manafort na Ucrânia. Também detalham o que os promotores dizem ser um esquema para esconder do fisco americano o dinheiro ganho com essa atividade. As autoridades afirmam que Manafort lavou mais de US$ 18 milhões no exterior.
“Manafort usou sua riqueza oculta no exterior para desfrutar de um estilo de vida luxuoso nos Estados Unidos sem pagar impostos sobre essa renda”, diz a acusação. Gates é acusado de transferir mais de US$ 3 milhões de contas externas.
As outras acusações são por não se registrar como agente de um país estrangeiro nos EUA, por falso testemunho sobre seu papel como agente estrangeiro e falha na apresentação de relatórios de contas bancárias e financeiras estrangeiras (pela qual foram acusados sete vezes).
Manafort mantém diversas relações comerciais com parceiros russos e participou de reuniões com empresários do país durante e depois da eleição. Ele também trabalhou para o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych.
Ele renunciou ao posto de chefe da campanha em agosto de 2016, antes da eleição de Trump, suspeito de receber milhões de dólares na Ucrânia.
O nome de Gates aparece em documentos ligados a empresas de Manafort abertas no Chipre para receber pagamentos de políticos e empresários da Europa Oriental, segundo o “New York Times”.
Trump reage
Campanha sob suspeita
As acusações contra dois importantes membros da campanha de Trump apontam para uma nova fase da investigação e lançam uma sombra sobre Trump.
A CNN divulgou na sexta (27) que o júri federal em Washington tinha aprovado as primeiras acusações na investigação, que é liderada pelo procurador especial Robert Mueller.
Nomeado pelo Departamento de Justiça dos EUA para liderar a investigação, Mueller assumiu o cargo em maio, por indicação do vice-procurador-geral Rod Rosenstein, após Trump demitir o então diretor do FBI, James Comey.
Mueller também é ex-diretor do FBI. Ele entrou para a Polícia Federal americana em 2001, no governo de George W. Bush, e permaneceu no cargo a