A guerra de mísseis, foguetes e ataques aéreos entre Israel e palestinos entrou em seu terceiro dia nesta quarta-feira (12), e o número de mortos nos confrontos subiu para 55.
O maior conflito na região em anos já deixou 49 vítimas na Faixa de Gaza desde segunda-feira (10), segundo o Ministério da Saúde do enclave palestino, e seis em Israel, dizem autoridades médicas israelenses.
Quase 300 pessoas ficaram feridas em território palestino, incluindo 86 crianças e 39 mulheres. Entre os mortos estão 13 crianças e cinco israelenses, segundo a agência de notícias France Presse.
Entre as vítimas israelenses estão três mulheres e uma criança e dezenas de feridos.
Israel realizou centenas de ataques aéreos em Gaza nesta quarta, e militantes palestinos dispararam vários foguetes contra Tel Aviv, capital e segunda cidade mais populosa de Israel, e em Beersheba, no sul do país.
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Rastros de luz do sistema antimísseis de Israel em ação na cidade de Ashkelon na noite de terça (11) — Foto: Nir Elias/Reuters
O Conselho de Segurança da ONU se reúne novamente nesta quarta para debater o conflito, que já é o mais violento desde 2014 e aumentou a preocupação internacional de que a situação possa sair de controle.
Prédios atingidos
Aeronaves israelenses atacaram dois prédios na cidade de Gaza na terça-feira (11). Um prédio residencial de 13 andares foi destruído e desmoronou por completo (veja no vídeo abaixo).
A torre abrigava um escritório usado pela liderança política do Hamas, que controla a Faixa de Gaza. O grupo é responsável, junto com a Jihad Islâmica, pelos foguetes lançados contra Israel.
O país também atacou um edifício de nove andares que abriga apartamentos residenciais, empresas de produção médica e uma clínica odontológica, segundo a Associated Press.
A estrutura foi fortemente danificada, e fumaças e destroços chegaram ao escritório da agência de notícias em Gaza, que fica a 200 metros de distância do segundo prédio atingido.
Fogo cruzado
Israel disse nesta quarta que uma série de bombardeios atingiu alvos importantes do Hamas, “contra casas que pertencem a membros de alto escalão”, e destruiu uma sede da polícia local.
Israel diz que mil foguetes já foram disparados contra o país desde segunda (10), mas a maioria foi interceptado pelo seu sistema de defesa.
Alguns foguetes chegaram a cair nos arredores de Tel Aviv. O aeroporto internacional Ben Gurion teve todas as suas decolagens suspensas temporariamente para “permitir a defesa do espaço aéreo”.
O aeroporto voltou a operar no final do dia, segundo o jornal israelense “Haaretz”, mas foi novamente fechado durante a madrugada ao se tornar alvo de novos ataques.
‘Guerra em larga escala’
Israel e Hamas se encaminham para uma “guerra em larga escala”, advertiu na terça-feira o enviado da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland.
“Uma guerra em Gaza seria devastadora e as pessoas pagariam o preço”, afirmou Wennesland sobre o pequeno território palestino onde vivem dois milhões de pessoas.
A área já sofre com a pobreza e uma taxa de desemprego de quase 50%, segundo o diplomata.
Diante da escalada de violência, a comunidade internacional fez um apelo por calma, mas os dois lados não dão nenhum sinal de apaziguamento.