Procuradoria dá 3 dias para Ministério da Mulher detalhar denúncias contra crianças após fala de Damares

Por Bela Megale

A ex-ministra e senadora eleita Damares Alves

A ex-ministra e senadora eleita Damares Alves Reprodução/Twitter

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) determinou, nesta terça-feira, que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) informe detalhadamente, em três dias, todos os casos de denúncias recebidas pela pasta entre 2016 e 2022 que envolvem tráfico de crianças e estupro de vulneráveis.

O pedido foi feito após declarações da ex-ministra Damares Alves, durante um culto religioso, sobre violência sexual contra crianças na Ilha de Marajó, no Pará.

“Essa manifestação da ex-ministra do MMFDH foi recebida com preocupação e perplexidade, em especial porque pode se tratar de informações sigilosas às quais se teve conhecimento em razão do cargo público então ocupado”, afirmou, no ofício, o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena.

Vilhena solicita à atual ministra Cristiane Britto uma lista com número de registro, o procedimento no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e as íntegras de cada caso, inclusive com o encaminhamento dado pela pasta.

No documento, Vilhena destaca que a PFDC é um órgão vinculado ao Ministério Público Federal responsável por zelar, no âmbito extrajudicial, pelo respeito aos direitos dos cidadãos, especialmente de grupos socialmente vulneráveis, como é o caso das crianças e dos adolescentes.

O ofício reforça pedido feito ontem por membros do MPF no Pará à secretária-executiva da pasta das Mulheres, Tatiana Barbosa de Alvarenga, sobre as afirmações de Damares. Além dos supostos casos descobertos pelo ministério no arquipélago do Marajó, o MPF pediu que o órgão informe quais providências tomou ao descobrir os casos e se houve denúncia ao Ministério Público ou à Polícia.

Durante um culto em um templo evangélico em Goiânia, no último sábado, Damares afirmou que crianças de três e quatro anos foram traficadas na Ilha de Marajó e tiveram os dentes arrancados para “não morderem na hora do sexo oral”.

FonteGlobo

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