Jornalista que ajudou a colocar bomba em caminhão em Brasília teve cargo em ministério de Damares

Por O Globo — Rio de Janeira

Terceiro envolvido na preparação de um ataque a bomba em Brasília, em dezembro de ano passado, o jornalista cearense Wellington Macedo de Souza, de 47 anos, trabalhou com a senadora Damares Alves (Republicanos) no Ministério dos Direitos Humanos, no início do governo de Jair Bolsonaro. Ele era assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e ganhava um salário mensal de R$ 10 mil.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal, Macedo e outros dois envolvidos na explosão da bomba nos arredores do aeroporto foi aceita pelo Tribunal de Justiça neste domingo. O trio foi identificado após a prisão de George Washington de Oliveira Sousa. Ele admitiu, em depoimento, ter participado de um plano para provocar as Forças Armadas a decretarem “estado de sítio” e realizarem uma intervenção militar, o que é inconstitucional.

Segundo a denúncia, Sousa, Alan Diego dos Santos e Macedo montaram o artefato e entregaram o material para que fosse colocado no caminhão de combustível pelo jornalista. Os réus responderão pelo crime de explosão, quando se expões “a perigo a vidam na integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”. A pena é de três a seis anos de prisão e pagamento de multa.

O jornalista estava em prisão domiciliar e é considerado foragido após retirar, de forma ilegal, a tornozeleira eletrônica que usava. Ele já havia sido preso pela Polícia Federal em setembro de 2021, suspeito de articular e financiar um ato antidemocrático no dia 7 de setembro daquele ano. Em outubro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STFAlexandre de Moraes determinou a soltura de Macedo. Moraes entendeu que não havia mais justificativa para a manutenção da prisão, uma vez que a data do ato já havia passado. O ministro, então, determinou que o acusado ficasse em prisão domiciliar, com uma tornozeleira eletrônica.

FonteO Globo