Operação que desarticulou suposta milícia do jogo do bicho em MS completa duas semanas nesta sexta

Completa duas semanas nesta sexta-feira (11) a operação Omertá realizada por uma força-tarefa do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) e unidades das polícias Civil e Militar do estado e que desarticulou uma suposta organização criminosa do jogo do bicho que criou uma milícia para eliminar supostos desafetos.

Os dois homens apontados pela investigação como chefes do grupo, os empresários Jamil Name e seu filho, Jamil Name Filho, permanecem presos no Centro de Triagem do Complexo Penitenciário de Campo Grande.

Para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-MS, a organização criminosa é responsável por encomendar pelo menos três execuções em Campo Grande.

A milícia, de acordo com a investigação, é suspeita de ter executado pelo menos três pessoas em Campo Grande desde junho do ano passado. Outras mortes também estão sendo investigadas.

Na representação, os promotores do Gaeco detalham que os três homicídios têm as mesmas características: foram cometidos por várias pessoas, usando mais de um veículo e com armas de grosso calibre, no caso, fuzis.

Com base nas investigações e em depoimentos, o Gaeco aponta que uma das execuções que teria sido cometida pela milícia seria a de Ilson de Figueiredo, de 62 anos, que era chefe de segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Ele foi assassinado no dia 11 de junho de 2018, na avenida Guaicurus, no Jardim Itamaracá. Seu carro foi perseguido e ele foi morto a tiros por suspeitos que estavam em outro carro.

Conforme o Gaeco, Figueiredo foi morto porque teria tido participação no homicídio do filho de uma pessoa muito próxima aos dois homens que são apontados como os líderes da milícia, Jamil Name e seu filho, Jamil Name Filho.

Em uma conta na nuvem da internet, de um dos suspeitos presos na operação, a polícia encontrou, inclusive, 26 fotografias da execução de Figueiredo.

Outra execução que teria sido cometida pela milícia, conforme a representação do Gaeco à Justiça, foi a de Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018. Ele foi segurança do narcotraficante Jorge Rafaat, executado em junho de 2016, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.

Fernandes, que teria ligação com Figueiredo, foi morto no Jardim Autonomista, bairro nobre de Campo Grande, quando estava caminhando em direção ao seu carro. Os tiros atingiram principalmente a sua cabeça. Na carteira da vítima foi encontrado um cheque no valor de R$ 240 mil e ainda R$ 1,2 mil em dinheiro.

A terceira morte que teria sido cometida pela milícia, segundo o Gaeco, foi a do estudante Matheus Xavier, de 19 anos, Ele foi morto no dia 9 de abril deste ano, no bairro Jardim Bela Vista, quando manobrava a caminhonete do pai, o capitão aposentado da PM, Paulo Roberto Xavier.

A investigação aponta que Jamil Name, acreditava que Paulo Roberto Xavier tinha se aliado a um advogado, com quem ele tinha tido um desacordo em negociação de fazendas que pertenceram ao reverendo Moon localizadas em Jardim e em Campo Grande.

Por conta do revés nos negócios, Jamil Name, conforme o relatório da polícia, teria dado ordem para matar o advogado, a esposa dele e seu filho, além do ex-policial militar.

A dupla foi denunciada pelo MP-MS por posse e porte ilegal de armas. Para os investigadores eles seriam os donos do arsenal encontrado na casa dos Name no Jardim Monte Líbano. No dia da apreensão o ex-guarda municipal Marcelo Rios foi preso no local. Ele e outros suspeitos vinham sendo monitorados pelo Gaeco.

FonteG1 MS