O ginecologista de 67 anos, Salvador Walter Arruda, de 67 anos,o qual foi denunciado por uma jovem de 28 anos, por suposto assédio, durante uma consulta médica, em Campo Grande, também é investigado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), por ‘condutas sexuais inadequadas’, segundo a delegada Bárbara Camargo Alves.
Em janeiro deste ano, ainda conforme a polícia, uma colega de trabalho trabalhou em um plantão com ele, na Maternidade Cândido Mariano, momento em que teria sido assediada e o denunciou. Além disso, existe um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), de dezembro do ano anterior, em que o profissional também é denunciado. As apurações estão sendo feitas pela Deam, enquanto a denúncia da jovem consta no inquérito do 4° Distrito Policial.
Na época, houve uma denúncia na ouvidoria e a maternidade instaurou sindicância e afastou o ginecologista do quadro clínico, em março deste ano.
Denúncia de importunação sexual
A jovem de 28 anos registrou o boletim de ocorrência na última terça-feira (18). Ela alega que o crime ocorreu horas antes, durante uma consulta, em uma instituição que oferece atendimento de saúde especializado, no Jardim Monumento.
Segundo o registro, a mulher chegou recentemente ao estado e marcou a consulta por ter um distúrbio sexual. Ao relatar os problemas ao profissional, ele teria dito: “Isso é uma limitação da sua mente, você é muito gostosa”, entre outras palavras, sugerindo que ela tivesse mais relações sexuais e ainda teria beijado a mão dela.
Conforme a jovem, o médico pegou na mão dela sem o consentimento e também falou que ela “precisava se desconstruir”. Em seguida, ele teria contado a história de um amiga, sendo invasivo, o que a fez chorar no consultório, ainda de acordo com o relato da vítima. Logo em seguida, a vítima disse que pediu para que ele esclarecesse as dúvidas delas, já que estava com problemas de saúde.
Na sequência, o profissional teria pedido a ela para aguardar o final do expediente, momento em que ela se negou e disse que não poderia, já que estava “de carona”. O médico repassou o celular dele e disse para ela mandar mensagens pelo WhatsApp, o qual ele responderia. A mulher então saiu da sala e relatou que foi interceptada pelo médico, momento em que ele, mais uma vez sem o consentimento dela, teria a abraçado e a beijado no rosto.
No decorrer do dia, a mulher disse que seus problemas persistiram e ela então enviou mensagem ao médico, momento em que ele teria pedido a ela para retornar ao consultório, sem custos, sendo que depois ele poderia “tomar um café e ela teria depois uma carona maravilhosa”.
A mulher retornou ao local, porém, recebeu atendimento de uma médica e esta teria a atendido adequadamente. Após sair da unidade de saúde, ela se dirigiu até o 4° Distrito Policial e registrou o boletim de ocorrência por importunação sexual.
O delegado João Reis Belo, titular da unidade policial, instaurou o procedimento e disse que médico será notificado, em breve, para prestar depoimento. “Ele será intimado nos próximos dias. A mulher esteve aqui, prestou depoimento e descreveu os fatos com riqueza de detalhes, além de apresentar as mensagens. Este é um crime que não deixa vestígios, não tem testemunha, então, vamos apurar”, afirmou na ocasião.
A reportagem também entrou em contato com a instituição onde teria ocorrido o assédio. A entidade disse que não vai pronunciar sobre o caso.
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS) disse que ficou sabendo da denúncia contra o médico pela imprensa e que não existe nada formalizado sobre esse caso, ou mesmo outras denúncias, contra o profissional. Em razão disso, a entidade diz que vai aguardar o andamento da investigação policial.