A Justiça de São Paulo atendeu a um pedido da Associação Viva Pacaembu e impediu a demolição do tobogã do estádio localizado na Zona Oeste da capital, que é tombado pelo Patrimônio Histórico.
A demolição da antiga arquibancada estava prevista pela concessionária Allegra Pacaembu, que planeja construir no local um prédio comercial com cafés, restaurantes, escritórios e estacionamento.
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O juiz Alberto Alonso Munoz, da 13ª Vara de Fazenda Pública, entendeu que o tobogã é parte de um complexo tombado em 1998 e que, por isso, não pode ser demolido.
Além disso, estudos indicaram que a demolição afetaria a sala de ginástica abaixo das arquibancadas.
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Tobogã do estádio do Pacaembu, ao fundo — Foto: TV Globo/Reprodução
Histórico
A concessão do complexo esportivo de propriedade da cidade de São Paulo estava prevista para sair em julho em 2018, mas a Prefeitura de São Paulo adiou para atender algumas orientações do Tribunal de Contas do Município (TCM), que barrou diversas licitações.
A justificativa da Prefeitura para a concessão era que o estádio dá prejuízo aos cofres públicos. Em 2017, a receita do estádio foi de R$ 2,4 milhões, enquanto os gastos com a manutenção foram de R$ 8,3 milhões, segundo a gestão Bruno Covas (PSDB).
A concessão do complexo por 35 anos foi assinada em setembro de 2019 pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). A praça Charles Miller e o Museu do Futebol ficaram fora da concessão.
Assim que assumiu a gestão, em janeiro de 2020, a Allegra Pacaembu avisou que fecharia o estádio para demolir o tobogã e construir o prédio comercial no lugar, com cinco andares, quatro subsolos, lojas e restaurantes no terraço, e quadras e anfiteatro no térreo.
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Foto do projeto do Pacaembu após a concessão para iniciativa privada — Foto: Reprodução/Prefeitura SP
Os moradores da região foram imediatamente contra a iniciativa por entenderem que a área é tombada e deveria ser preservada. Associações de moradores ingressaram na Justiça para impedir a alteração. Antes disso, a Associação Viva Pacaembu também havia entrado na Justiça contra o processo de concessão.
Os frequentadores do complexo também manifestaram receio sobre uma eventual perda de gratuidade para acessar o complexo, sobre o uso de equipamentos, como a piscina, e pediram informações sobre o que se pretende fazer no local.
O estacionamento realmente passou a ser cobrado, mas concessionária já adiantou que o local permanecerá aberto ao público todos os dias, por mais tempo do que o previsto em contrato, e que só fechará o espaço quando alugar para eventos. A Allegra disse ainda que bastava que os sócios se recadastrassem no site para continuar a frequentar o complexo de graça.
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Foto do projeto do Pacaembu após a concessão para iniciativa privada — Foto: Reprodução/Prefeitura SP