Autoridades de defesa disseram que as forças ucranianas estão revidando, com os combates mais pesados em um cerco a Kharkiv, a cidade grande mais próxima da Rússia, no Leste da Ucrânia.
A ofensiva russa mais perto de Kiev se concentra sobre o aeroporto de Gostomel ou Antonov, no Noroeste de capital. Após ser tomado por forças russas, houve um revide ucraniano, e, às 17h do Brasil, a batalha ainda está em curso. O aeroporto é considerado estratégico, pois sua pista de pouso poderia possibilitar o envio de tropas e armamentos para o lado russo, que domina o ar.
Bombeiros controlam incêndio em um prédio após bombardeios na cidade de Chuguiv, no leste da Ucrânia Foto: ARIS MESSINIS / AFP
Homem lamenta diante do prédio destruído por bombardeios na cidade de Chuguiv, no leste da Ucrânia Foto: ARIS MESSINIS / AFP
Grupo de pessoas de regiões controladas por separatistas no leste da Ucrânia cruza a fronteira com a Rússia no posto de controle em Avilo-Uspenka Foto: OLGA MALTSEVA / AFP
Homem chora ao telefone ao lado de um corpo após bombardeios na cidade de Chuguiv, no leste do país Foto: ARIS MESSINIS / AFP
Restos de um projétil em uma rua em Kiev, alvo de ataque russo Foto: SERGEI SUPINSKY / AFP
Militares ucranianos ao lado de um veículo blindado destruído, que eles dizem pertencer ao exército russo, nos arredores de Kharkiv Foto: MAKSIM LEVIN / REUTERS
Militar ucraniano segura um lançador de granadas em posições de combate fora de Kharkiv Foto: MAKSIM LEVIN / REUTERS
Polícia inspeciona restos de um projétil lançado em uma rua em Kiev Foto: SERGEI SUPINSKY / AFP
Imagem divulgada pelo Comitê da Guarda de Fronteira da Ucrânia mostra equipamentos militares russos cruzando o posto de fronteira da Crimeia Foto: – / AFP
Civis ficam do lado de fora de um prédio destruído após bombardeios na cidade de Chuguiv. Foto: ARIS MESSINIS / AFP
Mulher ferida durante bombardeio da cidade de Chuguiv, no leste da Ucrânia Foto: ARIS MESSINIS / AFP
Militares ucranianos se preparam para repelir um ataque na região de Lugansk, na Ucrânia Foto: ANATOLII STEPANOV / AFP
Corpo de um soldado, que militares ucranianos afirmam ser da Rússia, é visto em uma estrada nos arredores de Kharkiv Foto: MAKSIM LEVIN / REUTERS
Homens mobilizados para o serviço militar embarcam em ônibus em Donetsk Foto: ALEXANDER ERMOCHENKO / REUTERS
Pessoas atravessam a fronteira entre a Polônia e a Ucrânia Foto: KACPER PEMPEL / REUTERS
Carros atravessam um campo para deixar a cidade de Kharkivh Foto: ANTONIO BRONIC / REUTERS
Tanques ucranianos entram na cidade após o presidente russo Vladimir Putin autorizar uma operação militar no leste da Ucrânia, em Mariupol Foto: CARLOS BARRIA / REUTERS
Pessoas fazem fila em um caixa eletrônico depois que o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma operação militar no leste da Ucrânia, em Kiev Foto: VALENTYN OGIRENKO / REUTERS
Fuga em massa. Carros dirigem-se para a saída de Kiev após Rússia iniciar bombardeios à capital Foto: VALENTYN OGIRENKO / REUTERS
Diversas pessoas com malas caminham em uma estação de metrô em Kiev. Putin anunciou operação militar na Ucrânia, com explosões ouvidas logo depois em todo o país Foto: DANIEL LEAL / AFP
Mulheres se abrigam em uma estação de metrô em Kiev. Sirenes de ataque aéreo soaram no centro da capital hoje, quando cidades da Ucrânia foram atingidas por ataques de mísseis e artilharia russos Foto: DANIEL LEAL / AFP
Nuvem de fumaça preta sobe de um aeroporto militar em Chuguyev, perto de Kharkiv Foto: ARIS MESSINIS / AFP
Fumaça preta sobe de um aeroporto militar em Chuguyev perto de Kharkiv Foto: ARIS MESSINIS / AFP
Casal americano se abraça após cruzar a fronteira e fugir da violência na Ucrânia, em Medyka, Polônia Foto: BRYAN WOOLSTON / REUTERS
Na operação para capturar o aeroporto, helicópteros chegaram por volta das 11h locais (6h no Brasil) da Bielorrússia, roçando os telhados das casas e causando pânico a caminho da capital. Segundo testemunhas, no ataque russo para capturar o aeroporto, soldados desceram de helicópteros com cordas dos helicópteros disparando metralhadoras.
— Havia pessoas sentadas nos helicópteros, com as portas abertas, sobrevoando nossas casas — disse Sergui Storojouk do lado de fora do aeroporto, pegando suas malas de viagem e fugindo da área. — Os helicópteros chegaram e os combates começaram. Dispararam com metralhadoras e lança-granadas.
As explosões na capital começaram desde antes do amanhecer, e, várias vezes ao dia, sirenes soaram por toda a cidade e a rodovia ficou congestionada com o tráfego, enquanto os moradores tentavam fugir. Houve relatos de uma coluna de fumaça subindo perto da sede da Inteligência do Ministério da Defesa ucraniano no centro da capital. Testemunhas viram pessoas uniformizadas tentando apagar o fogo.
O prefeito de Kiev decretou toque de recolher das 22h às 7h na cidade, e o Ministério do Interior pediu para a medida ser respeitada. As forças ucranianas na região de Donbass, onde ficam as duas repúblicas separatistas pró-Moscou, têm conseguido resistir ao avanço russo, mas as forças de Moscou tentam isolá-las.
Segundo Tatiana Stanovaya, pesquisadora do Centro Carnegie de Moscou, “a missão não é dividir a Ucrânia, mas controlá-la completamente. Isso provavelmente se deve à intenção de interromper a conexão com a fronteira no Oeste para que não haja fornecimentos para guerrilheiros. Isso aumenta drasticamente os riscos para toda a operação”.
Ao anunciar pela televisão russa que ordenou o ataque à Ucrânia, Putin fez ameaças aos EUA e à Otan:
— Quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na História — disse.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o objetivo do líder do Kremlin, Vladimir Putin, é destruir seu Estado.
“Putin acaba de lançar uma invasão em grande escala da Ucrânia. Cidades pacíficas ucranianas estão sob ataque”, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter. “Isso é uma guerra de agressão. A Ucrânia vai se defender e vencer. O mundo pode e deve parar Putin. O momento para agir é agora”, disse.
Com 44 milhões de pessoas com mais de 1.000 anos de história, a Ucrânia é um país democrático e com a maior área territorial na Europa depois da própria Rússia. Após a queda da União Soviética, a população do país votou esmagadoramente pela independência, e as pretensões do país de se juntar à Otan e à União Européia enfurecem Moscou.
Putin, que negou por meses planejar uma invasão, disse em um discurso de uma hora na segunda-feira que a Ucrânia surgiu como “resultado da política bolchevique (…) [e] ainda hoje pode, com razão, ser chamada de ‘Ucrânia de Vladimir Ilyich Lênin'”, uma caracterização que os ucranianos chamam de chocante e falsa.