Da gasolina ao pãozinho, invasão da Ucrânia pode elevar inflação no Brasil; entenda

O início da invasão da Ucrânia pela Rússia derruba as bolsas de valores nesta quinta-feira (24), conforme os investidores fogem dos investimentos de risco. Por outro lado, faz subir os preços das commodities – em especial, do petróleo, por temores de uma redução da oferta global.

Para os brasileiros, uma acentuação desses movimentos poderá ser sentida bem de perto: no bolso.

Isso porque uma série de itens tendem a ficar (ainda) mais caros se o conflito se intensificar, ou se prolongar – trazendo ainda mais inflação para o país.

Além dos combustíveis, economistas ouvidos pelo g1 dizem que o conflito pode impactar a produção de fertilizantes, aumentar o preço do trigo e seus derivados, como o pãozinho e o macarrão, além de desencadear consequências indiretas das sanções impostas à Rússia, que podem prejudicar todo o sistema financeiro mundial.

Combustíveis

 

O petróleo tipo Brent subia mais de 6% nesta quinta, passando dos US$ 103 por barril. Esse petróleo é referência para a Petrobras no reajuste dos combustíveis, que antes mesmo da crise eram considerados “vilões da inflação”.

O economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), acredita que a tendência é que os reajustes mais rápidos comecem mesmo pelo petróleo e derivados. Rússia produz cerca de 11% do insumo em todo o mundo.

Para Luis Otávio Leal, economista-chefe do Banco Alfa, tudo dependerá do quanto deve durar a guerra no Leste Europeu. A Petrobras poderia segurar parte deste arranque de preços contando com uma normalização do mercado, mas um prolongamento do conflito tira o poder de “absorver o baque”.