Criado para ser um dos símbolos da Capital, Parque sofre com falta de cuidados

Mofo em paredes de prédio na região do Parque são marcas deixadas pelo tempo (Foto: Henrique Kawaminami)

São 37 anos, desde a inauguração, em 1983. Sem nenhuma revitalização, hoje, o Parque dos Poderes sofre com o abandono.  Em um rápido passeio é fácil perceber que não há cuidado com um patrimônio da cidade, algumas vezes já estampado na fachada, em placas enferrujadas.

Calçadas estão quebradas, pontos de ônibus depredados, estacionamento irregular e iluminação precária, são alguns dos reflexos da falta de manutenção no local.

Os desníveis nas calçadas atrapalham pedestres e adeptos a práticas esportivas, atividades que vêm ganhando público no entorno do parque, desde o início da pandemia.

A situação também é reclamação frequente entre aqueles que trabalham em repartições públicas, na região. “Reclamam da situação do calçamento no local de estacionamento”, destaca a presidente da Feserp (Federação Sindical dos Servidores Públicos Estaduais e Municipais de Mato Grosso do Sul), Lilian Fernandes.

Fotos tiradas em diferentes pontos do Parque comprovam o desgaste do tempo. Em alguns trechos, partes quebradas sobressaem e colocam em risco quem anda a pé, na região. No espaço destinado ao estacionamento de veículos, os paralelepípedos também sumiram de vários pontos.

Com estacionamento em condições ruins, tem motorista que opta por fazer o errado. Não é difícil andar pelo parque e ver veículos estacionados vagas improvisadas, nas laterais da pista ou mesmo entre um prédio e outro. Em alguns pontos, até a grama já não cresce devido à irregularidade.

Depredação – Pelo parque são muitas as provas de desleixo com o lugar. Pontos de ônibus e lixeiras quebradas são comuns. Esperar pelo coletivo tem sido tarefa difícil. “Servidores reclamam e os ônibus são demorados, se você perde um, fica um bom tempo esperando outro e não tem nem aonde sentar”, ressalta Lilian.

Em um dos pontos, em frente à Defensoria Pública, dos 8 bancos, apenas em 1 é possível sentar. Ou falta o encosto, ou não tem assento. Apesar da estrutura ser de ferro, o estado de conservação é mais uma prova de que nunca houve manutenção no local.

Postes de iluminação pública também estão incompletos. Aliás, iluminação, também é reclamação frequente, no local, o que acaba refletindo na segurança. “Já tivemos carros de servidores quebrados para pegar algum objeto dentro”, relembra a presidente da Faserp.

Prédios – A falta de manutenção também é perceptível nas sedes de importantes secretarias estaduais, assim como na Governadoria. O mofo em paredes, facilmente visto do lado de fora dos prédios, está entre as marcas deixadas pelo tempo, que são reforçadas pela ferrugem em placas na fachadas dos prédios.

Marcas que já poderiam ter sido apagadas, mas que há pelo menos quatro anos aguardam o início de obras de revitalização, estudadas pelo Governo do Estado.

A primeira quase revitalização foi em abril de 2016. Na época, projeto indicava investimento de R$ 9,5 milhões para o espaço. O estudo previa revitalização da via, dos canteiros, da pista de caminhada, ciclovia, calçadas com piso tátil e meio-fio.

A proposta também previa 9,8 quilômetros de ciclovia, no trecho que vai da rotatória da Avenida do Poeta, com a Afonso Pena, até a rotatória da avenida Mato Grosso.

No início deste ano, em março, anúncio do Governo do Estado indicava nova revitalização do espaço, como parte de um pacote de obras assinado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), com investimento total previstos em R$ 4,2 bilhões, R$ 14 milhões só para a região do Parque dos Poderes.

FonteCampo Grande News / Liniker Ribeiro