Há 13 anos na estrada da música, o primeiro grupo indígena de rap do Brasil se apresentou no Festival de Inverno de Bonito. A mensagem de resistência e denúncia foi repassada ao público.
Por José Câmara, g1 MS — Bonito
2022 será um ano de várias estreias ao primeiro grupo indígena de rap do Brasil. Os Brô MCs se apresentaram pela primeira vez no Festival de Inverno de Bonito (FIB) neste sábado (28). Os rappers deram um gostinho do que poderá ser visto e denunciado no palco do Rock In Rio deste ano.
Em casa, Tio Creb, CH, Kelvin Mbaretê e Bruno Veron, os rappers foram convidados para cantar a resistência dos povos Guarani-Kaiowá. Durante a performance, os cantores relembraram dos massacres recentes sofridos pelos povos indígenas em Mato Grosso do Sul.
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Os artistas de Mato Grosso do Sul levaram convidados ao palco. — Foto: Muriel Xavier/Reprodução
Brô MCs é a voz da terra ancestral de Mato Grosso do Sul, que em breve irá ecoar no maior festival de música do Brasil: o Rock In Rio. Os rappers foram confirmadas no palco Sunset, junto ao rapper Xamã. O g1 foi recebido pelos rappers com exclusividade após o show em Bonito.
“Estamos muito felizes! No Rock In Rio vamos ter um público maior. O Brô MCs não vai estar no palco apenas como Brô MCs, mas como toda a comunidade indígena. O Brô MCs vai estar representando a arte, cultura e língua indígena”, enfatiza Tio Creb.
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Resistência indígena foi cantada no palco CMU, em Bonito. — Foto: Muriel Xavier/Reprodução
Como em Bonito, a expectativa para o show de maior magnitude, no Rio de Janeiro, será de denúncia.
“O que tem sido feito com a questão indígena deve ser mostrado. Hoje em dia, as pessoas perguntam como é ser indígena, não é tão fácil. Já não era fácil em governos anteriores e agora tanta coisa acontece para o nosso povo. Acho que a questão indígena deve ser debatida e nós levamos isso aos palcos”, detalha o rapper Kelvin Mbaretê.
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Grupo de rappers animou público em Bonito. — Foto: Muriel Xavier/ Reprodução
O show deste sábado lotou o Palco CMU, em Bonito. Jovens, adultos e adolescentes escutaram músicas que mesclam guarani e português. “O Brô está há 13 anos na estrada, essa é a primeira vez que tocamos aqui. O Brô é mais reconhecido lá fora, do que no estado. Então, essa é a mensagem que passamos: o Brô está aqui, em casa, na sua terra”, finaliza CH.
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O show foi cheio de referências e vivências. — Foto: Muriel Xavier/ Reprodução
Os Brô MCs
Kelvin Mbaretê, Bruno Veron, CH e Tio Creb são integrantes das comunidades Jaguapiru e Boróró, que ficam em Dourados, a 235 km de Campo Grande. Os indígenas fazem parte da etnia Guarani-Kaiowá e completam 13 anos de carreira neste ano.
Misturando português e guarani em suas letras, o grupo garante que os admiradores podem esperar representações da cultura, língua e realidade indígena do Brasil.
Os rappers sul-mato-grossenses disseram ao g1MS que pretendem lançar, durante o Rock In Rio, uma nova música com a participação do Xamã e que essa parceria representa muito para o grupo e também para os povos indígenas
