Com legado indiscutível no humor e na televisão,
Humoristapossuía interesses que transcendiam sua carreira de apresentador pioneiro do gênero talk-show na televisão brasileira. O artista morreu aos 84 anos, na madrugada desta sexta-feira (5), em São Paulo.
Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, Jô Soares estreou na TV na década de 1950, criou mais de 260 personagens e consolidou-se como o maior nome dos talk-shows do país. Fez história em programas como: “A família Trapo” (1966), “Planeta dos homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981).
“Quando ele se interessava por um assunto, ele virava um professor”, conta o jornalista Matinas Suzuki Jr. Em conversa com Renata Lo Prete, o co-autor do livro de memórias de Jô relembra as muitas aptidões do artista. Uma de suas maiores habilidades, no entanto, era “ser humorista em tempo integral’.
“Ele pediu para colocar como epígrafe, no primeiro volume do nosso livro, uma frase do ator inglês Edmund Gwenn. Quando estava no leito de morte, disse a seguinte frase: ‘Morrer é fácil. Duro é fazer comédia. Agora, uma das últimas frases que ele falou foi repetir essa frase. E e essa frase é muito reveladora do que é o Jô: ‘Viver não é tão não é tão importante. O importante é comédia.’
Diretor de operações da Companhia das Letras, Matinas lembra as traduções, atuações, direções e criações no teatro, na televisão, no cinema e na literatura. “O Jô tinha uma vida maior que a vida”.
“A ausência do Jô da cena pública hoje é reveladora de um país que perdeu graça, charme e humanidade”, conclui.