Trump anuncia envio da Guarda Nacional para Wisconsin para conter distúrbios em protestos antirracismo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (26) que o governo federal está enviando quase mil integrantes da Guarda Nacional para o estado de Wisconsin, para ajudar a conter os distúrbios durante os protestos que começaram na cidade de Kenosha após um policial ter baleado um jovem negro pelas costas.

Na noite de terça, terceiro dia de manifestações, duas pessoas morreram e uma ficou seriamente ferida quando um homem atirou em pessoas que participavam do ato. Kyle Rittenhouse, um jovem de 17 anos, foi detido nesta quarta-feira, acusado de ser o autor dos disparos, segundo a polícia de Antioch, no estado de Illinois.

Segundo Trump, o governador de Wisconsin, Tony Evers, aceitou o envio da Guarda Nacional. Para que o governo federal envie as tropas, é necessária a aprovação do governo estadual.

“O presidente Trump condena a violência em todas as formas e acredita que devemos proteger todos os americanos do caos e da ilegalidade. É por isso que ele está encorajando os governadores democratas a solicitarem à Guarda Nacional e às autoridades federais que aumentem seus esforços locais de aplicação da lei. Ajudamos Wisconsin com o envio de quase mil membros da Guarda Nacional e mais de 200 policiais federais, que incluem integrantes do FBI e US Marshals”, diz um comunicado emitido nesta quarta pela Casa Branca.

A violência explodiu quando centenas de manifestantes protestavam pela terceira noite consecutiva nesta cidade do estado de Wisconsin. A revolta é motivada pelo vídeo que mostra o momento em que Jacob Blake foi atingido por vários tiros à queima-roupa disparados por um policial branco de Kenosha.

Blake, 29 anos, tentava entrar em seu veículo, no qual estavam seus três filhos, quando foi baleado no domingo.

O caso mais recente de violência policial contra um afro-americano gerou protestos em outras cidades dos Estados Unidos, incluindo Nova York e Minneapolis, como parte do movimento Black Lives Matter (As Vidas dos Negros Importam).

O advogado de direitos civis Benjamin Crump, que representa os Blake — e a família de George Floyd, o afro-americano asfixiado por um policial branco em maio — afirmou que “será um milagre, se Jacob Blake voltar a andar”.

As balas destruíram uma parte de sua medula espinhal, assim como parte de seus rins, fígado e intestinos.

Enquanto a mãe afirmou que rezava pela polícia, seu pai acusou as forças de segurança de “tentativa de assassinato”.

“Atiraram no meu filho sete vezes, como se ele não tivesse importância”, afirmou Jacob Blake Sr. “Mas o meu filho importa. É um ser humano”, completou.

A irmã de Blake, Letetra Widman, completou: “Não estou triste. Não quero a compaixão de vocês. Quero uma mudança”.

Crump afirmou que Blake recebeu os tiros depois de tentar mediar uma briga doméstica.

As autoridades afirmam que a polícia foi chamada por uma ligação que relatou um distúrbio doméstico, mas não explicam o que motivou os tiros contra Blake.

Crump exigiu que os dois oficiais envolvidos, atualmente suspensos, sejam demitidos e acusados pela Justiça.

FontePor France Presse