‘PRIMEIRA IMAGEM DE MARTE TEVE DEDO NOSSO’, DIZ BRASILEIRO QUE PARTICIPOU DE MISSÃO DA NASA

Um dia após o pouso bem-sucedido nesta quinta (18), o robô Perseverance, da agência espacial norte-americana, fez seu passeio inicial em Marte atrás de vestígios de vida extraterreste. A expectativa é que neste fim de semana já haja imagens que comecem a fornecer pistas sobre as condições no planeta vermelho. A exemplo do primeiro registro captado depois da aterrissagem, a operação contará com participação brasileira.

O empresário Wanderley Abreu Júnior, dono da Storm Group, lidera a equipe responsável pela compilação e transmissão de dados da missão Mars 2020, uma das mais ambiciosas já lançadas ao espaço. Foram sete meses e 480 milhões de km percorridos pela sonda até pousar na cratera de Jezero, local onde fica o leito de um lago marciano desaparecido que pode conter sinais de vida do passado. O momento exato da chegada foi eternizado graças a uma parte do trabalho desenvolvido no Brasil.

“A primeira imagem que foi recebida de lá teve dedo brasileiro. O algoritmo de compressão que traz essa imagem foi feito por nós”, afirmou Júnior. “Logo depois que a sonda desce, ela manda uma série de imagens dela mesma, do local onde ela pousou, para o satélite poder georreferenciar e dizer que aterrisou no lugar certo. Foi um pouso 100% fantástico, uma sensação indescritível. Foi emocionante ver aquela primeira imagem chegando e a sonda toda perfeita”, vibrou.

O empresário Wanderley Abreu Júnior, dono da Storm Group Foto: Divulgação
O empresário Wanderley Abreu Júnior, dono da Storm Group Foto: Divulgação

Ao todo, 23 câmeras e 48 sensores estão acoplados ao Perseverance para auxiliar as buscas por evidências de que organismos microbianos podem ter florescido em Marte há cerca de 3 bilhões de anos, quando o planeta era mais quente, úmido e presumivelmente mais hospitaleiro à vida.

Dois sistemas principais transmitem os dados à Terra, um de alto ganho e o outro baseado em uma rede de antenas internacionais para comunicações com naves espaciais – a Deep Space Network (DSN) ou Rede de Espaço Profundo, em tradução livre.

Agora, serão conduzidos novos testes com sistemas operacionais e comunicações, que envolvem uma série de algoritmos de compressão de dados. O limite atual da banda larga é de 2 megabits por segundo (Mbps), mas no auge da missão pode chegar a 100 Mbps. A título de comparação, pacotes de internet costumam ter em média 10 Mbps.

FonteÉpoca/ Rodrigo Castro