Policiais fora de serviço são investigados por participarem da invasão ao Capitólio nos EUA, diz jornal

Pelo menos 13 policiais fora de serviço são suspeitos de participar da invasão ao Capitólio por manifestantes pró-Donald Trump no dia 6, durante cerimônia no Congresso que reconheceu a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais americanas. A informação foi publicada neste sábado (16) no jornal americano Washington Post.

Os investigadores seguem examinando gravações e imagens da manifestação violenta do dia 6 para identificar os participantes. Com isso, o número de policiais envolvidos pode crescer.

Ainda de acordo com o jornal, os comandantes da polícia americana estão recorrendo ao FBI e lembrando os policiais em seus departamentos que a invasão ao Capitólio foi uma conduta criminosa e que pode resultar na expulsão da corporação e até em prisão.

“Estamos deixando claro que eles têm direitos da Primeira Emenda como todos os americanos”, disse o chefe de polícia de Houston, Art Acevedo, que na quinta-feira aceitou a renúncia de um veterano de 18 anos em seu departamento devido ao seu envolvimento na invasão. “No entanto, o envolvimento em atividades que ultrapassem os limites da conduta criminosa não será tolerado.”

Além das filmagens e fotos em que aparecem os policiais fora de serviço invadindo o Capitólio, o Washington Post afirma que os investigadores estão recebendo denúncias de outros policiais que não concordam com a postura dos colegas.

É o caso, segundo o jornal, do oficial Thomas Robertson, 47, denunciado por um colega do seu departamento. Após vir a tona seu envolvimento na invasão, Roberton escreveu nas redes sociais que uma república legítima se sustenta em 4 caixas. “A caixa de sabão, a urna de voto, a urna do júri e depois a caixa de cartuchos. Acabamos de passar para a etapa 3. A etapa 4 não será bonita … Passei a maior parte da minha vida adulta lutando contra uma insurgência. Estou prestes a me tornar parte de uma”, postou o oficial, que foi preso pelo FBI na sequência junto com outro colega policial.

Durante o motim, dezenas de policiais ficaram feridos e o oficial da Polícia do Capitólio dos EUA, Brian D. Sicknick, está entre as cinco pessoas mortas naquele dia.

Segundo um recente relatório interno do FBI, citado pela imprensa americana, um “grupo armado identificado” se prepara para “invadir” edifícios do governo em todos os 50 estados dos EUA e na capital nos próximos dias até a posse do presidente democrata.

O FBI menciona especialmente o movimento de extrema direita Boogaloo, que defende a guerra civil para derrubar o governo, e cita ameaças confiáveis nos estados de Michigan e Minnesota.

Vários estados tomaram medidas de precaução, como mobilizar um número extra de agentes para proteger as sedes de governo.

Com 21 mil soldados da Guarda Nacional a serem enviados e com bairros inteiros entrincheirados, a cidade de Washington está sob forte vigilância por causa de ameaças de novas manifestações de seguidores de Trump.

FontePor G1