Fãs do craque argentino gritaram ‘assassina’ ao verem psiquiatra Agustina Cosachov; ela e mais seis são suspeitos de agir com negligência nos cuidados ao ex-jogador
Por O Globo com La Nacion — Buenos Aires
Fãs do craque argentino gritaram ‘assassina’ ao verem psiquiatra Agustina Cosachov; ela e mais seis são suspeitos de agir com negligência nos cuidados ao ex-jogador
Por O Globo com La Nacion — Buenos Aires
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A partir desta terça-feira, os tribunais de San Isidro começarão a determinar, em julgamento oral e público, se Diego Armando Maradona morreu por motivos relacionados às suas diversas patologias ou se os profissionais médicos que deveriam cuidar dele negligenciaram seus deveres e, consequentemente, devem ser punidos perante a lei.
A partir das 9h30, as partes começaram a entrar no prédio do tribunal, localizado na Ituzaingó 340, e a tensão começou a aumentar. Na porta há um grupo de 20 fãs de Maradona com bandeiras e faixas com os dizeres “Justiça para D10S”. Quando a psiquiatra Agustina Cosachov, uma das sete acusadas em julgamento, chegou, os manifestantes começaram a gritar: “Assassina, assassina!”
Veja fotos do julgamento da morte de Diego Maradona
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Verónica Ojeda, mãe de Diego Fernando, o mais novo dos filhos do astro, chegou acompanhada do companheiro, o advogado Mario Baudry. Ela estava vestindo uma camiseta com uma foto do rosto de Maradona. Assim que ela entrou no tribunal, começou a chorar. Na porta do tribunal, Ojeda cruzou o caminho de Cosachov e gritou para ela: “Perra mal parida”.
Os familiares começaram a ocupar seus lugares no júri na nova sala de audiências do tribunal. Na primeira fila estão Ojeda, Dalma e Gianinna Maradona. Entre os presentes, está o ex-jogador de futebol Daniel Osvaldo, companheiro da filha mais nova do ídolo. Está lá também Jana Maradona, outra filha do ex-capitão da seleção.
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Às 10h40, após um atraso de uma hora e dez minutos, os juízes Verónica Di Tommaso, Maximiliano Savarino e Julieta Makintach entraram para iniciar o debate.
A audiência começou com a apresentação dos dados pessoais de cada um dos sete réus: o neurocirurgião Leopoldo Luque e a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Díaz, o enfermeiro Ricardo Almirón, o médico Pedro Di Spagna, o coordenador de enfermagem Mariano Perroni e a coordenadora-médica Nancy Forloni.
O Ministério Público, representado pelos subprocuradores-gerais de San Isidro, Patricio Ferrari e Cosme Iribarren, apresentou então os argumentos iniciais da acusação.
— Somos convocados pelo crime que teve Diego Maradona como vítima. Com as provas produzidas no julgamento, vocês [referindo-se aos juízes] e a sociedade conhecerão uma acusação sólida e impecável. O direito à verdade é um direito. Hoje, Diego Armando Maradona, seus filhos, seus familiares e o povo argentino merecem justiça — explicou Ferrari.
— Foi assim que Maradona morreu — disse ele laconicamente, com o tribunal em silêncio.
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Ele se referiu às duas semanas que Maradona passou em uma casa no bairro privado de San Andrés, em Tigre, após ter sido submetido a uma cirurgia para retirada de um hematoma subdural, e chamou o local de “teatro de horror”.
— Ele foi internado naquele local para reabilitação clínica e internação domiciliar, o que hoje, sem dúvida, podemos dizer que foi calamitoso. Uma hospitalização imprudente, precária e sem precedentes. Não foi elaborado nenhum protocolo para realizar essa intervenção temerária no teatro do horror que era a casa onde Maradona morreu, onde ninguém fez o que tinha que fazer — disse Ferrari.
Depois de Ferrari, seu colega Iribarren descreveu as ações de cada um dos acusados. Depois foi a vez dos advogados que representam os filhos e as irmãs de Maradona). Apresentando o esboço de sua acusação, o advogado Fernando Burlando, que representa Dalma e Giannina Maradona, disse: “Diego Maradona foi assassinado. Eles o mataram de forma silenciosa e cruel. Um plano desumano com um resultado eficaz”.