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sábado, abril 20, 2024

Morales diz que voltará à Bolívia ‘até o próximo Natal’

BUENOS AIRES — Refugiado em Buenos Aires, o ex-presidente boliviano Evo Morales mantém uma agitada agenda política, com diversos encontros e reuniões, enquanto prepara uma grande convocatória partidária para meados de janeiro, com objetivo de escolher quem será o candidato presidencial nas eleições de 2020. Em uma entrevista nesta terça-feira, o ex-mandatário deixou claro seu desejo de voltar à Bolívia até o próximo Natal.

— Por motivos de segurança, não posso entrar em detalhes sobre o plano que temos para voltar à Bolívia. Mas uma pessoa precisa voltar para seu país — disse.

O ex-mandatário já rejeitou no passado uma candidatura própria e citou Luis Arce Catacora, seu ex-ministro da Economia, e Andronico Rodríguez, um ex-sindicalista, como possíveis candidatos do MAS.

Morales disse ter certeza que sua coalizão irá retomar a Presidência. Após denúncias de fraude eleitoral nas eleições de 20 de outubro, quando concorreu a seu quarto mandato consecutivo, Morales renunciou à Presidência, em meio à pressão das Forças Armadas. O país é atualmente comandado pela autoproclamada presidente interina Jeanine Áñez.

Em uma entrevista à AFP, feita no bairro argentino de San Telmo, Morales lamentou a brusca mudança política promovida por Áñez, criticando a entrada da Bolívia no Grupo de Lima. Segundo ele, o grupo é “um regresso ao passado” e uma perda da identidade boliviana.

Na segunda-feira, o governo do México, onde Morales aceitou asilo político em 11 de novembro e permaneceu até o início de dezembro, expressou preocupação com uma presença “excessiva” de membros dos serviços de segurança e da inteligência na sede de sua missão diplomática em La Paz. Nesta terça-feira, Morales classificou a vigilância como “pior que na ditadura militar, quando pelo menos havia trânsito livre e respeito às embaixadas”.

No início de dezembro ele viajou para uma consulta médica em Cuba e depois seguiu à Argentina, onde permanece.

Cerca de 20 bolivianos próximos a Morales, entre eles dois ex-ministros, também se asilaram na embaixada mexicana após a renúncia do ex-mandatário. O governo da Bolívia emitiu ordens de prisão contra alguns deles, mas a embaixada mexicana se negou a entregá-los. Também há um mandado contra Morales por supostos crimes de sedição e terrorismo.

FonteO Globo e agências internacionais