Lula embarca para primeira viagem aos EUA após tarifaço; presidente abre debate da ONU na terça

Por Marcela CunhaGuilherme Mazui, g1 — Brasília

Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin; petista embarcou neste domingo para Nova York — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin; petista embarcou neste domingo para Nova York — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou, por volta das 11h deste domingo (21), para Nova York, onde fará o discurso de abertura, na próxima terça-feira (23), do debate de líderes da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

“Sigo agora para Nova York, onde representarei o Brasil na 80ª Assembleia Geral da ONU. Estarei presente em encontros importantes sobre o fortalecimento da democracia, o enfrentamento da crise climática e a defesa do multilateralismo”, disse o petista em uma rede social.

 

Lula faz a primeira viagem aos EUA desde que o presidente americano, Donald Trump, impôs uma sobretaxa de 50% para entrada de produtos brasileiros no país.

Ao longo dos últimos meses, Lula e ministros criticaram Trump pela política tarifária e tentativa de interferir na soberania nacional, enquanto o presidente americano e seus assessores têm acusado o Brasil de perseguir Bolsonaro.

Na próxima terça-feira, há possibilidade de Lula e Trump se cruzarem nos corredores da sede da ONU no intervalo entre seus discursos.

  • Tradicionalmente, cabe ao representante do Brasil abrir as falas de presidentes, primeiros-ministros e diplomatas dos países que integram a ONU. O segundo a discursar é o representante dos EUA.

 

Com a viagem de Lula ao exterior, o vice Geraldo Alckmin fica como presidente em exercício do Brasil.

Discurso

 

O discurso de Lula só deve ser finalizado na véspera da abertura da Assembleia Geral. Há expectativa que Lula envie recados a Trump, porém de forma calibrada.

Mesmo sem citar diretamente o presidente americano, falas em defesa da soberania do Brasil e críticas à imposição de tarifas terão os objetivos de marcar a posição do governo brasileiro, fazer um contraponto aos EUA e reconhecer a independência do STF no julgamento de Bolsonaro.

 

Trabalhado por assessores e ministros, o texto deve abordar outros temas que o presidente costuma mencionar em eventos internacionais, a exemplo de democracia, multilateralismo e reforma da ONU.

Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU em Nova York, EUA. — Foto: Reuters/ Eduardo Munoz

Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU em Nova York, EUA. — Foto: Reuters/ Eduardo Munoz

COP30, Palestina e democracia

 

Lula aproveitará a viagem a Nova York para se encontrar com outros governantes e realizar uma série de eventos sobre temas caros à política externa do presidente.

Na segunda-feira (22), o presidente brasileiro deve participar de uma conferência convocada por França e Arábia Saudita para discutir uma “resolução pacífica” da guerra na Faixa de Gaza e a solução dos dois estados, um judeu e outro palestino.

 

O governo brasileiro também apresentará o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa brasileira a ser lançada na conferência para captar recursos e financiar ações de preservação ambiental.

Já na quarta (24), Lula comandará, ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, e do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, a segunda edição do evento “Em Defesa da Democracia”.

 

A reunião discutirá formas de fortalecer a democracia e o multilateralismo, além do combate ao extremismo, desinformação e discurso de ódio.

Comitiva

 

A comitiva completa do presidente ainda não foi divulgada. Entre os que devem acompanhar Lula na viagem estão:

  • Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
  • Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça;
  • Marina Silva, ministra do Meio Ambiente;
  • Celso Amorim, assessor-chefe especial da Presidência;
  • Janja da Silva, primeira-dama.

 

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi convidado para fazer parte da comitiva de Lula e chegou a receber visto para ir aos Estados Unidos. No entanto, o governo americano limitou a circulação do ministro no país.

No mês passado, os Estados Unidos cancelaram o visto da mulher e da filha, de 10 anos, de Padilha. O visto do ministro não foi cancelado porque já estava vencido.

Ele classificou as restrições de circulação impostas pelo governo americano como “inaceitáveis” e “uma afronta” e cancelou a viagem ao país.

FontePor G1

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui