Cantora e filantropa são as únicas brasileiras destacadas pelo jornal americano, ao lado de nomes como a Rainha Elizabeth II, Mikhail Gorbachev, Jean-Luc Godard e Shinzo Abe
Por O Globo — Rio de Janeiro
A bilionária e filantropa Lily Safra e a cantora Gal Costa são as únicas brasileiras listadas pelo jornal americano “The New York Times” entre as mortes mais notáveis do mundo, em 2022. A dupla aparece ao lado de outras perdas importantes neste ano, como a rainha da Inglaterra Elizabeth II, o ex-chefe de estado russo Mikhail Gorbachev, o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e o cineasta francês Jean-Luc Godard.
Lily morreu em 7 de julho, aos 87 anos, em Genebra, na Suíça. “Por mais de vinte anos, a senhora Safra manteve fielmente o legado filantrópico de seu amado marido Edmond, prestando apoio a centenas de organizações em todo o mundo”, informou a Fundação Edmond J. Safra, no dia da morte.
A gaúcha, segundo a revista Forbes, tinha patrimônio de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,83 bilhões) e ocupava o número 2.117 na lista de pessoas mais ricas do planeta. Ela foi casada por mais de vinte anos com o banqueiro libanês Edmond Safra, filho de Jacob e irmão de Joseph Safra. A família se mudou para o Brasil na década de 1950, onde fundou o Banco Safra.
Relembre as principais mortes na cultura brasileira em 2022
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O “The New York Times” descreve Lily como uma socialite “que levou uma vida cheia de estrelas, com altos e baixos cheios de tragédias suficientes para encher uma dúzia de romances”.
Gal Costa morreu em 9 de novembro, em São Paulo. A cantora estava afastada dos palcos para se recuperar de uma cirurgia realizada em setembro para retirar um nódulo na fossa nasal direita.
A artista era um ícone da MPB. Ela começou cantando bossa nova, mas adentrou o Tropicalismo ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil, seguiu pelos caminhos da música popular brasileira e do pop, e se estabeleceu como uma das maiores vozes femininas em um país de enormes vozes femininas.
Para o “The New York Times”, Gal foi “modelo para gerações de artistas brasileiros” com sua “lustrosa voz de mezzo-soprano”. A cantora “era uma maravilha de graça e vitalidade, igualmente capaz de desafiar a gravidade com delicadeza, provocação azeda, agilidade jazzística e intensidade rock”.
A lista do jornal tem ainda nomes como a ativista Dorothy Pitman Hughes, a atriz Kirstie Alley, o rapper Coolio, o baterista Taylor Hawkins e o ator Ray Liotta.