Gabriel Bandeira conquista 1º ouro do Brasil nas Paralimpíadas após ascensão meteórica

Que estreia! Gabriel Bandeira, de 21 anos, conquistou na manhã desta quarta-feira no Centro Aquático de Tóquio o primeiro ouro do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio. O nadador venceu os 100m borboleta da classe S14 (para atletas com deficiências intelectuais), que foi incluída pela primeira vez no megaevento, com a marca de 54s76, novo recorde da competição.

O paulista deixou na segunda posição o britânico Reece Dunn (55s12), que é o atual recordista mundial, e na terceira o australiano Benjamin Hance (56s90).

– Minha vida na natação paralímpica só está começando. Queria agradecer bastante o apoio da família e da minha avó. Isso é só o começo – afirmou.

Gabriel Bandeira, ouro na natação das Paralimpíadas — Foto: Miriam Jeske/CPB

Gabriel Bandeira, ouro na natação das Paralimpíadas — Foto: Miriam Jeske/CPB

O brasileiro é um fenômeno. Começou a disputar a natação paralímpica somente no ano passado. Acha pouco? A primeira competição internacional dele foi apenas neste ano. E agora, com essa ascensão meteórica, já é campeão do maior evento do mundo.

– Na natação, meu ídolo é o Caeleb Dressel, gosto do jeito que ele nada. Dentro do possível, a prova foi boa. Ainda tenho mais cinco pela frente – comentou.

Dressel, fenômeno norte-americano das piscinas, conquistou cinco ouros nas Olimpíadas de Tóquio, encerradas no dia 8 de agosto.

Gabriel Bandeira é ouro nas Paralimpíadas de Tóquio  — Foto: Miriam Jeske

Gabriel Bandeira é ouro nas Paralimpíadas de Tóquio — Foto: Miriam Jeske

Gabriel, cujo apelido é Bill, tem deficiência intelectual e déficit de atenção, conforme explicou seu técnico, Alexandre Vieira:

– Para ser elegível para classe S14 precisa ter um diagnóstico de deficiência intelectual. Muita gente comete o erro de falar que o atleta aqui tem TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade] ou hiperatividade, e isso não é elegível para o sistema. O que é elegível para o sistema é ter uma deficiência intelectual, e através das avaliações ele ter um QI abaixo de 75. É um teste feito por uma neuropsicóloga. No caso do Bill ele também tem TDAH, ele é hiperativo e ele também tem traços de autismo, mas não é diagnosticado ainda. Mas o que torna elegível para a classe S14 é fazer o teste de QI e ser abaixo de 75.

Gabriel está inscrito em mais quatro provas individuais em Tóquio, com chance real de medalha em todas: 200m livre S14, 100m costas S14, 100m peito SB14 e 200m medley SM14. Ele disputa ainda o revezamento misto 4x200m livre da classe S14.

Xará de prata

 

O primeiro pódio da natação brasileira saiu com outro Gabriel, o Araújo – foi também a primeira medalha do Brasil nas Paralimpíadas da capital japonesa. O atleta mineiro de 19 anos levou a prata nos 100m costas da classe S2 com a marca de 2min02s47. O ouro ficou com o chileno Alberto Abarza (2min00s40) e o bronze com o russo Vladimir Danilenko (2min02s74).

Foi o oitavo pódio paralímpico de Rodrigues: ele tem cinco pratas e três bronzes em sua carreira.

Phelipe Rodrigues é bronze na natação nas Paralimpíadas — Foto: Alê Cabral/CPB

Phelipe Rodrigues é bronze na natação nas Paralimpíadas — Foto: Alê Cabral/CPB

– Claro que o ouro paralímpico era o que faltava, mas conseguir mais uma medalha é excepcional. Ainda mais depois de 12 meses de restrições [por causa da pandemia] – disse Rodrigues.

Outras provas

 

Mais brasileiros competiram na natação nas Paralimpíadas de Tóquio nesta quarta. Maria Carolina Santiago terminou a final dos 100m borboleta na classe S13 na sexta posição (1min07s11). O ouro ficou com a italiana Carlotta Gilli, a prata com a compatriota dela Alessia Berra e o bronze com a russa Pikalova.

José Ronaldo da Silva, de 40 anos, que disputou os 100m costas da classe S1 (atletas com limitações físico-motoras mais severas). O paulista terminou na quinta posição (3min03s18), 35 segundos depois do vencedor, o israelense Iyad Shalabi.

Douglas Matera foi o sétimo nos 100m borboleta da classe S13. O ouro ficou com o bielorusso Ihar Boki, que foi seguido do ucraniano Oleksii Virchenko e e do uzbeque Islam Aslanov.

FontePor Redação do ge — Tóquio, Japão