Os Estados Unidos vão reduzir sua presença militar na Alemanha em 11.900 soldados, realocando alguns para Itália e Bélgica, em uma mudança importante dos ativos de Washington na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) — anunciou o secretário americano da Defesa, Mark Esper, nesta quarta-feira (29).
Dos 34.500 militares americanos na Alemanha, cerca de 6.400 serão mandados para casa, enquanto outros 5.600 serão transferidos para outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), especialmente a Bélgica e a Itália, afirmou o secretário.
Esper garantiu que o objetivo era estratégico, particularmente como elemento de dissuasão contra a Rússia, mas apenas alguns minutos após sua conferência de imprensa no Pentágono, Trump afirmou que a retirada se deve à recusa da Alemanha em “pagar mais”.
“Não queremos mais ser burros”, disse o bilionário republicano da Casa Branca. “Estamos reduzindo nossas forças porque não estão pagando. É muito simples”, afirmou.
Mas Trump deu a entender que tudo isso poderia ser revisto se a Alemanha deixar de ser “morosa”. “Se eles começarem a pagar suas contas, eu poderia repensar, eu pensaria sobre isso”, disse.
A iniciativa, estimada em vários bilhões de dólares, reduziria as forças americanas na Alemanha a cerca de 24 mil soldados, disse Esper.
Cerca de 2 mil soldados serão divididos entre Itália e Bélgica.
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O Comando Militar dos Estados Unidos na Europa (Eucom), atualmente sediado em Stuttgart, mudará para Mons, na Bélgica, onde está localizado o comando da OTAN, poupando as transferências do general americano que tradicionalmente lidera os dois comandos.
Segundo Esper, um esquadrão de caças F-16 com base na Alemanha será enviado para a Itália, mais perto do Mar Negro, para proteger o flanco sudeste da OTAN.
Mudança estratégica importante
O Comando Militar dos Estados Unidos para a África (Africom), que também está em Stuttgart, também pode se mudar, mas ainda não foi tomada uma decisão, disse o chefe do Pentágono.
Os 2.500 soldados da Força Aérea dos EUA que se encontram na base de Mildenhall, no Reino Unido, e que seriam reposicionados na Alemanha, permanecerão em solo britânico.
Washington também avalia a transferência de forças para a Polônia e os países bálticos, se Varsóvia cumprir um acordo já preparado pelos dois lados.
Esper disse que os primeiros movimentos podem começar em “algumas semanas”, mas não se espera uma retirada imediata.