Atriz mirim no passado, a biomédica começou a praticar o atletismo paralímpico em outubro de 2023 e vai competir nas provas de arremesso de peso e de club nas Paralimpíadas de Paris 2024
Por Clara Casé — Rio de Janeiro
Giovanna Boscolo. Talvez você lembre desse nome por causa da novela infanto-juvenil “Chiquititas”, enorme sucesso do SBT entre 2013 e 2015, na qual a então atriz mirim interpretou Michelle. Mas as Paralimpíadas de Paris 2024 vão mostrar que mais que uma Chiquitita, Giovanna é uma atleta de ponta, com muito potencial no atletismo paralímpico. Diagnosticada aos 15 anos com Ataxia de Friedreich, uma doença neurodegenerativa, foi só no ano passado que a atriz e biomédica começou a praticar os arremessos de club e de peso, provas que disputará em Paris. Hoje, Giovanna é medalhista mundial em sua modalidade na classe F32 e conta que o esporte Paralímpico transformou sua vida.
– O esporte paralímpico muda vidas. Foi muito importante para mim, porque eu me senti pertencente. Eu vi que ser deficiente é só um detalhe. Porque a sociedade tem um olhar muito diferente do que nós do movimento temos. Eu acho que essa vitimização me pegava um pouco, mas hoje em dia eu sinto que eu estou bem. Mas eu tenho essa mentalidade por conta do paralímpico, do esporte, da inspiração de ver pessoas com deficiência em tão alto nível, no esporte e na vida. Eu acho isso muito importante, porque é um impulso para pessoas que têm deficiência, que podem ter a mesma questão que a minha. Para mim, o esporte paralímpico foi, assim, um divisor de águas, entendeu? Foi incrível!
– O meu diagnóstico veio precocemente por conta do esporte. Eu fazia ginástica e meu técnico começou a identificar alguns tremores e algumas lesões que não eram compatíveis com a minha modalidade. Eu fui fazer o exame neurológico, a eletroneuromiografia, e deu uma alteração de sinal de condição neurológica. E aí foi tudo muito rápido porque a médica que fez meu exame falou: “Acho que isso pode ser indicativo de Ataxia de Friedreich”. Eu fui no médico ele foi muito direto, já pediu exame genético da Ataxia de Friedreich, e aí deu – explicou Giovanna em entrevista ao ge.