Hoje deputado, Ramagem faz parte do círculo pessoal do clã Bolsonaro. PF prendeu nesta sexta-feira dois servidores da Abin e diretores da agência foram afastados
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (20) a Operação Última Milha, para investigar uma espionagem ilegal por parte de servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) a jornalistas, advogados, políticos e opositores do governo Jair Bolsonaro (PL). Tudo teria ocorrido durante a direção de Alexandre Ramagem (PL-RJ), hoje deputado federal, na Abin.
Ramagem, lembra Andréia Sadi, pelo X, antigo Twitter, “não era só um integrante do governo Bolsonaro. É nome de confiança e do círculo pessoal da família Bolsonaro. Bolsonaro confiava tanto em Ramagem que queria o ex-Abin para comandar a Polícia Federal no contexto da reunião ministerial em que ele disse que a PF ‘não me dá informações’. STF barrou. Bolsonaro ficou indignado”.
Com base em mandados expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, agentes da PF realizaram buscas e apreensões e efetuaram duas prisões preventivas. As ações aconteceram em São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Segundo a TV Globo e a GloboNews, Moraes determinou também o afastamento de atuais diretores da Abin, que foram mantidos no cargo mesmo após a chegada do presidente Lula (PT) ao Palácio do Planalto. Com um desses diretores, Paulo Maurício, a PF apreendeu uma “grande quantidade de dólares“.
Foram presos Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, servidores que, segundo a PF, tinham conhecimento do esquema de espionagem ilegal e teria coagido colegadas a fim de evitar uma demissão.