Em Nova Andradina, Fórum discute soluções para ajudar municípios a enfrentar crise

A crise econômica aumenta o desafio dos administradores municipais: manter e ainda melhorar os serviços públicos enquanto as receitas apresentam queda ou, na melhor hipótese, ficam estagnadas. Reunidos na Câmara Municipal de Nova Andradina, na tarde dessa quarta-feira (20.9), prefeito e secretários municipais ouviram as experiências do Governo do Estado, por intermédio do secretário-adjunto de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Ricardo Senna, e da cidade de Maringá (PR), nas palestras do secretário municipal de Fazenda, Orlando Chiqueto Rodrigues, e do presidente da Associação Comercial, José Carlos Valêncio.

A receita unânime apontada pelos palestrantes passa pelo planejamento a curto, médio e longo prazos. Não há medida milagrosa que resolva todos os problemas de imediato, pontuou Ricardo Senna, ao elencar os principais programas e projetos implantados pelo Governo do Estado desde o início de 2015 e que já produzem resultados positivos. “Tanto que Mato Grosso do Sul é um dos únicos que manteve a geração de empregos durante a crise, paga os salários em dia, concedeu reajuste acima da inflação e hoje somos o 5º no ranking de competitividade do país”.

Senna lembrou que o modelo da gestão atual foi definido pelos próprios cidadãos, através do Programa Pensando MS que percorreu os municípios ouvindo das pessoas quais as principais demandas e o que era necessário fazer para melhorar a qualidade de vida. Essas ideias foram compiladas e transformadas em Contratos de Gestão que cada secretário firmou com o governador Reinaldo Azambuja. Na Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), os diretores dos órgãos vinculados (Imasul, Agraer, Fundect, Fundtur, Iagro, AEM/MS, MS Mineral, Jucems) e as Superintendências assinam contratos se comprometendo a cumprir cronogramas de serviços com a Secretaria.

“Todos os meses o governador convoca os secretários para saber o andamento dos contratos. Na Semagro, por exemplo, temos a meta de captar R$ 3 bilhões em investimentos privados neste ano. Outra meta ajustada foi abater 80 mil cabeças de novilhos pelo programa Precoce MS, esse número já atingimos em agosto”, disse.

O secretário sugeriu, ainda, que os prefeitos e gestores municipais procurem instituições privadas para ajudar na elaboração do planejamento. As entidades do Sistema S (Sebrae, Sesi, Senai, Senar, Sesc) e conselhos profissionais (Crea, CRA, CRC, Creci), além de organizações não governamentais, podem colaborar com técnicos e estudos completos. O Governo do Estado, por exemplo, teve o apoio do Movimento Brasil Competitivo (MBC), que elaborou todo o planejamento da gestão Reinaldo Azambuja sem custo nenhum para o Estado. “O primeiro passo foi adequar a estrutura governamental por meio da reforma administrativa para em seguida passar a atender as demandas levantadas durante o programa Pensando MS”.

Maringá

A gestão da cidade de Maringá foi apresentada como modelo aos participantes do fórum. A cidade paranaense tem 407 mil habitantes, orçamento de R$ 1,6 bilhão, e exibe números atraentes de desenvolvimento: Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (IDEB) de 7,1 (a média nacional é 5,5), as 25 escolas municipais abrigam 98,4% do universo de alunos com idade para frequentar o Ensino Fundamental, asfalto chega a 90% das ruas, a rede de saúde pública conta com 33 unidades básicas, duas unidades de pronto atendimento e um hospital. A Prefeitura emprega 12500 pessoas e 85% trabalham em atendimento direto à população.

Contas em dia, investimentos, servidores motivados, uma cidade que cresce, gera empregos e melhora as condições de vida das pessoas. Maringá assegura que faz tudo isso e isso é tudo que cada cidade quer ser. O secretário de Fazenda de Maringá, Orlando Chiqueto Rodrigues, afirmou que tudo começou com planejamento, ouvindo a população. “Sempre que identificamos o problema, levamos aos conselhos e as ideias surgem. Assim vamos encontrando soluções e transformando ideias em ações. Hoje estamos fechando o planejamento até 2047, quando Maringá completa 100 anos”.

O sucesso do município vizinho chamou a atenção do secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Integrado, de Nova Andradina, Hernandes Ortiz, que decidiu realizar o fórum e convidar representantes de Maringá para contar o que foi feito. “A ideia é implantar a cultura do planejamento nas gestões públicas, convencer os prefeitos que é preciso planejar ações para 20 anos, mesmo sem saber quem vai estar à frente do município nessa época”, disse Ortiz.

Um exemplo do quanto os municípios de Mato Grosso do Sul precisam de soluções para enfrentar a crise foi a desculpa de muitos prefeitos para não participar do fórum. “Disseram que não tinham mais recursos para diária nem para combustível. Isso prova que precisamos melhorar as gestões municipais”, concluiu.

FontePortal do MS/João Prestes (Semagro)