Descoberta sobre adaptação de células à disponibilidade de oxigênio leva Nobel de Medicina

© Foto: Jonathan Nackstrand/AFP/Getty

Os pesquisadores William Kaelin, Gregg Semenza, ambos dos Estados Unidos, e sir Peter Ratcliffe, do Reino Unido, foram laureados na manhã desta segunda-feira, 7, com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina 2019 pela descoberta de como as células sentem e se adaptam à disponibilidade de oxigênio. Os três irão dividir o prêmio de 9 milhões de coroas suecas (equivalente a cerca de R$ 3,7 milhões).

De acordo com os organizadores do prêmio, essa sensibilidade das células é central em um grande número de doenças. As descobertas feitas pelos três pesquisadores têm uma importância fundamental para a fisiologia e pavimentou o caminho para novas estratégias promissoras para combater, por exemplo, anemia e câncer.

O trio, em diferentes trabalhos ao longo das últimas décadas, revelou os mecanismos que fazem com que as células se adaptem à disponibilidade de oxigênio no corpo. Por exemplo, quando há mudanças de altitude e diminui a oferta de oxigênio no ambiente ou quando fazemos exercícios físicos e os músculos ficam sem oxigênio.

É esse mecanismo que age também quando há o crescimento de células tumorais, que precisam de muito oxigênio para conseguir isso. As pesquisas mostraram como as células rapidamente lidam com esses cenários.

De modo resumido, trata-se de um mecanismo fundamental de adaptação que permitiu a vida animal e a colonização de todo o Planeta Terra em diferentes altitudes.

Os cientistas descobriram que as células sofrem mudanças nas expressões dos genes quando há uma mudança no nível de oxigênio ao redor deles. Essas mudanças na expressão dos genes alteram o metabolismo das células, os tecidos se remodelam e há inclusive mudanças nas respostas do organismo, como aumento no batimento cardíaco e na ventilação do corpo.

Laureados com o Nobel de Medicina 2019

  • William Kaelin, nascido em 1957, é pesquisador do Instituto de Câncer Dana-Farber, professor da Escola de Medicina de Harvard e pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes.
  • Peter Ratcliffe, nascido em 1954, é diretor de pesquisa clínica do Instituto Francis Crick, de Londres, e membro do Instituto Ludwig para Pesquisa sobre Câncer.
  • Gregg Semenza, de 1956, é professor da Universidade Johns Hopkins e diretor do Programa de Pesquisa Vascular do Instituto de Engenharia Celular da mesma universidade.
FonteEstadão