Desabafo de Diego Ribas mostra nova relação tensa e repleta de equívocos entre jogadores e imprensa

Diego Ribas fez um desabafo em suas redes sociais nesta semana. Um equívoco. Disse para a torcida do Flamengo não acreditar em quem fala sobre “fontes” e afirmou que estas “fontes” são pessoas infiltradas no ambiente do clube. Seu grande erro foi não dizer sobre qual matéria, nem qual jornalista, estava se referindo.

Diego recebeu a reportagem do EE nos jardins de sua casa — Foto: Reprodução TV Globo

Diego recebeu a reportagem do EE nos jardins de sua casa — Foto: Reprodução TV Globo

Há provavelmente quem se relacione com gente que não está exatamente no ambiente dos jogadores e que passe informações a jornalistas, tentando se mostrar o mais bem informado possível. Nem sempre é. Mas sempre há tanto boas reportagens, quanto erros de imprensa, provenientes de boas e más relações com quem está dentro dos clube.

Ninguém contestou quando o GE publicou que o grupo de jogadores não estava totalmente satisfeito com Domenec Torrent. Também foram matérias publicadas por quem, dentro do clube, passou informações.

Fonte não é, necessariamente, alguém “infiltrado.” Geralmente é quem mantém boa relação com jornalista e cria uma relação de confiança. Pode-se quebrar esta confiança quando se percebe que as informações não se confirmam.

Há três anos, Eduardo Baptista fez um longo desabafo depois de perder para o Oriente Petrolero, na Bolívia. Pediu que os jornalistas dissessem quais eram suas fontes. Nenhum repórter é obrigado a divulgar de onde veio a notícia.

Mas há um ônus que pouca gente toca. Quando eu conto uma história e preservo a fonte, a notícia tem como fio condutor para o leitor… eu mesmo. Sou eu que acreditei na fonte e contei a história. Logo, a responsabilidade sobre a veracidade da informação é minha, não da fonte.

Jornalista erra, como médicos e advogados também erram. O ponto é a responsabilidade sobre este erro.

Daí a importância de que o desabafo de Diego Ribas fosse mais claro, direto, preciso. Quando se diz para a torcida do Flamengo “não acreditar em quem dá uma notícia falando em fontes”, ele joga toda a instituição da imprensa no ralo.

Seria diferente se afirmasse. Tal informação, publicada em tal jornal, por tal jornalista não é verdade.

Neste caso, ele prestaria um serviço até mesmo a nós, jornalistas sérios, que pretendemos uma imprensa livre e responsável.