Volante francês atuava no futebol amador e chegou a pensar em largar o esporte, até receber convite do Strasbourg, já com 17 anos
Por Redação do ge — Doha, Catar
“Uma chance que caiu do céu”. É assim que Youssouf Fofana descreve a oportunidade que teve aos 17 anos no Strasbourg, quando já pensava em largar o futebol e focar nos estudos. Apenas seis anos depois, o volante se classificou para final da Copa do Mundo com a França e pode atingir o sonho que poucos atletas no futebol conseguem: ser campeão do mundo.
Na vitória por 2 a 0 sobre o Marrocos, pela semifinal da Copa do Mundo, o atleta teve a dura tarefa de substituir Rabiot, um dos destaques da campanha francesa no Mundial, que apresentou sintomas gripais ao longo da semana. Fofana teve boa atuação e ajudou a França a chegar à sua segunda final consecutiva no torneio.
– É uma pena que Adrien não esteja aqui para comemorar, espero que ele esteja lá no domingo. Não foi fácil substituí-lo, é difícil chegar ao nível que ele está desde o início da competição. Trabalhamos juntos e deu certo para nós. A vida é boa… 24 horas, digamos! Por enquanto, não sei que vou jogar uma final – disse Fofana
A história de Fofana, no entanto, é marcada por reviravoltas. O meia fez parte de sua formação no futebol no Clairefontaine, um centro poliesportivo localizado na cidade de Clairefontaine-en-Yvelines, na França. Em 2014, com 15 anos, deixou precocemente o instituto com a certeza de que receberia a oferta para as categorias de base de algum clube. Mas isso não aconteceu.
– É o meu maior arrependimento. Eu tento me perdoar porque eu era jovem. A minha culpa foi ter pensado, como muitos, que no Clairefontaine não precisaria trabalhar e que teria um clube. O menino que eu era cometeu erros, dentro e fora do campo – declarou Fofana em entrevista ao jornal L’Équipe, no último mês de setembro, após sua primeira convocação para a seleção.
Depois, o atleta conciliou os estudos com os compromissos no futebol amador na França até os 17 anos e trabalhou como entregador de pizzas para ajudar a família financeiramente. Seis meses antes de se formar na escola, Fofana revela que pensou em largar o futebol para focar nos estudos. Foi aí que apareceu a oportunidade de ouro em um estágio no Strasbourg.
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O bom desempenho fez com que o clube francês oferecesse uma oportunidade definitiva nas categorias de base do clube. Aos 19 anos, o volante assinou seu primeiro contrato profissional com a equipe. Foram 40 jogos no time principal do Strasbourg até ser transferido para o Monaco, seu atual time, em 2020.
A primeira convocação para França aconteceu apenas em setembro de 2022, a pouco menos de dois meses do Mundial, para os jogos contra Áustria e Dinamarca, pela Liga das Nações. As boas atuações convenceram Didier Deschamps a levar o volante para o Catar, após os cortes de nomes importantes do meio-campo, como Kanté e Pogba.
Com apenas 23 anos, Fofana poderá se tornar campeão do mundo neste domingo. A França enfrenta a Argentina na grande decisão, às 12h, no estádio Lusail.
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