Câmaras de segurança de hospital em Beirute, no Líbano, mostram o impacto causado pela megaexplosão no porto da cidade. Pelas imagens, é possível ver a onda de choque quebrar janelas, derrubar equipamentos e danificar a estrutura da unidade de saúde.
A explosão deixou ao menos 171 mortos, segundo números oficiais do governo. Entretanto, estimativas da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) mostra que o total de vítimas pode passar de 200. Mais de 6 mil pessoas ficaram feridas.
No Hospital St. George, onde a destruição foi gravada, quatro enfermeiros morreram com o impacto. O local fica a cerca de apenas dois quilômetros do epicentro da megaexplosão. Outras três unidades de saúde ficaram destruídas, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais da metade dos hospitais de Beirute estão sem condições de atendimento — em plena pandemia de novo coronavírus.
A força da explosão foi tão grande que o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), indicou que a intensidade foi a de um terremoto de magnitude 3,3. O incidente abriu uma cratera de 43 metros de profundidade.
Protestos no Líbano
A explosão reativou os protestos contra a classe política libanesa em meio a uma crise econômica sem precedentes no país. Pressionado, o primeiro-ministro Hassan Diab pediu renúncia do cargo menos de um ano depois de seu antecessor, Saad Hariri, cair também por causa das manifestações.
O presidente do Líbano, Michel Aoun, confirmou nesta quarta que o governo foi avisado da alta quantidade de nitrato de amônio armazenado no porto. A hipótese mais aceita para a megaexplosão é um incêndio no depósito dessa substância altamente explosiva.