Brasileiros chegam a Khan Younes, ao sul de Gaza

Por 

Júlia Cople 

— Brasília

O grupo de brasileiros alojado em uma escola católica na Faixa de Gaza embarcou rumo ao sul da região em ônibus enviados pelo governo brasileiro. Eles chegaram à cidade de Khan Younes, confirmou às 8h25 (horário de Brasília) o embaixador Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia.

O deslocamento dos cidadãos começou a ser preparado na madrugada deste sábado e chegou a ser suspenso após o recebimento de “informações preocupantes”. Segundo Candeas, os brasileiros ficarão abrigados na cidade até o aval para que cruzem a fronteira do Egito, pela passagem de Rafah.

Candeas conta que as autoridades brasileiras comunicaram as forças de defesa de Israel sobre o ônibus, o trajeto, placa, lista de passageiros, para evitar que o coletivo fosse bombardeado e pudesse cruzar Gaza em segurança.

— O plano hoje de manhã era ir para Rafa, para a fronteira. Enfim, ir de lá, cruzar a fronteira, ir para o Egito, etc. Estava tudo pronto para isso, mas meia hora antes do deslocamento, que deveria se iniciar às 12h, às 11h30, nós recebemos a informação de que tudo isso havia sido cancelado, ou seja, a [passagem pela] fronteira foi cancelada. Havia a ideia de um comboio internacional. Além do nosso ônibus, outros ônibus iriam também juntos com outros funcionários internacionais. Tudo isso foi cancelado por Israel, e a fronteira foi novamente fechada — afirma o embaixador.

O diplomata ressalta que a mudança deixou os brasileiros “aflitos” dentro da escola católica em que estavam abrigados. Além disso, chegaram informações de que um prédio vizinho seria bombardeado, o que alavancou a tensão.

— A decisão foi retirar o nosso pessoal da escola e, como havíamos pensado ontem, colocá-los nessa cidade chamada Khan Younes, que fica a pouco mais de 10 km da fronteira, onde eles aguardarão que a fronteira seja reaberta. É muito mais seguro esperar em Khan Younes do que em Gaza. Eles vão ficar com uma família brasileira que tem um prédio, que vai colocar à disposição desses brasileiros que estão chegando da cidade de Gaza. Alguma acomodação de forma ainda muito precária, muito simples, mas nas circunstâncias da guerra é a melhor opção — ressaltou Candeas.

FontePor G1