Ramon perde três titulares e não consegue definir formação ideal; jogadores de frente têm desempenho ruim, e seleção brasileira bicampeã fica fora de novo dos Jogos após 20 anos
Por Rodrigo Lois — Rio de Janeiro
O Brasil fracassou, sim, no Torneio Pré-Olímpico, por mais que o técnico Ramon Menezes enxergue de forma diferente. Você só vai ler a palavra “culpados” uma vez — e foi esta —, para dizer que o objetivo aqui não é classificar ninguém de tal forma. Isso é bem diferente de apontar os vários problemas na campanha.
Campanha essa que terminou com derrota por 1 a 0 para a Argentina, na última rodada do quadrangular final do Pré-Olímpico. Resultado absolutamente normal, dado o histórico equilibrado contra o rival e a qualidade de alguns nomes desta seleção argentina.
A estratégia assumida foi, primeiro, neutralizar essas peças, ganhar as disputas no meio-campo. Nisso, a equipe foi bem. Mas vencer era fundamental, já que o empate não era garantia de nada.
O que não é normal é o Brasil não terminar entre os dois primeiros colocados. Pelo menos, não é comum. De 14 edições do torneio, incluindo a atual, a seleção brasileira ganhou metade. Foi vice duas vezes. Terminou em terceiro lugar em três oportunidades, e uma em quinto.
Quando a competição que dava vaga para o futebol masculino dos Jogos Olímpicos era o Sul-Americano Sub-20, o que aconteceu entre 2007 e 2015, o Brasil foi campeão em três de cinco ocasiões.
Como se não bastasse esse histórico maior, o Brasil é o atual bicampeão olímpico. Não tinha obrigação de se classificar, mas se esperava isso.