O governo de Belarus disse, nesta quarta-feira (12), que a polícia disparou munição letal contra manifestantes na cidade de Brest e prendeu mais de 1 mil pessoas em diversas cidades, intensificando a repressão que levou a União Europeia a avaliar novas sanções contra o país.
Os protestos continuam nesta noite, a quarta consecutiva de manifestações na ex-república soviética. Autoridades bielorrussas confirmaram a segunda morte desde o início dos atos, no fim de semana, segundo a agência France Presse.
Forças de segurança entraram em conflito com manifestantes após o presidente Alexander Lukashenko reivindicar uma vitória ampla de sua candidatura à reeleição, em um pleito no último domingo que seus adversários alegam ter sido manipulado.
Centenas de manifestantes foram às ruas novamente na quarta-feira. Mulheres vestidas de branco formaram uma corrente humana no lado de fora de um mercado de alimentos na capital Minsk, e uma multidão se reuniu no lado de fora de uma prisão onde manifestantes estavam presos.
Lukashenko tem buscado relações melhores com o Ocidente, em meio a relações tensas com a Rússia, uma tradicional aliada. Bruxelas levantou, em 2016, sanções que haviam sido impostas por causa do histórico de direitos humanos de Lukashenko, mas considerará novas medidas esta semana.
Ex-administrador de fazendas coletivas da União Soviética, Lukashenko, 65, governa Belarus há mais de 25 anos, mas tem causado irritação pela maneira como lidou com a pandemia de coronavírus, pela situação econômica e pelos direitos humanos.
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“Eu vim apoiar aqueles que saem à noite”, disse Elena, manifestante falando no lado de fora do mercado. “Não foi apenas meu voto que foi roubado, mas 20 anos da minha vida. As autoridades precisam cair fora.”
Conflitos em Belarus
O Ministério do Interior de Belarus disse que 51 manifestantes e 14 policiais foram feridos nos conflitos da noite de terça-feira.
Em Brest, cidade no sudoeste de Belarus, na fronteira com a Polônia, a polícia disparou munição letal depois que alguns manifestantes, segundo ela, armados com barras de metais, ignoraram tiros de alerta disparados para o ar, afirmou o ministério. Uma pessoa ficou ferida.