Ação inédita do CCZ em parceria com Laboratório, vacina cães contra Leishmaniose na Capital

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vai vacinar até quinta-feira (06) cães do Bairro Maria Aparecida Pedrossian contra a leishmaniose. O município foi selecionado com outras duas capitais (Brasília e Fortaleza) para receber as vacinas doadas pelo laboratório Hertape/Ceva.

A vacina contra a leishmaniose não é ofertada no serviço público de saúde brasileiro, mas é vendida no comércio para imunizar cães sadios e em caso negativo da doença. É a primeira vez que a vacinação é realizada em larga escala na Capital.

Cada animal recebe três doses da vacina com intervalo de 21 dias em cada aplicação e a expectativa é imunizar 700 cães. Ao concluir a última dose, o tutor recebe a caderneta com todos os registros de vacina.

O Bairro Maria Aparecida Pedrossian foi escolhido pelos técnicos de CCZ por ter uma população canina muito próxima da quantidade de doses disponíveis e, recentemente, os animais da região foram testados para leishmaniose. Outro critério de escolha foi a alta incidência da doença diagnosticada em animais.

A equipe formada por 50 profissionais, entre técnicos, agentes comunitários e médicos veterinários está percorrendo  desde ontem (03), de 07h às 11h, as residências que já foram catalogadas e tiveram os cães examinados para a doença. Os animais negativados recebem as doses, conforme a autorização do tutor.

Leishmaniose
A leishmaniose é uma das doenças que mais afeta os cães no Brasil. Transmitida pela picada do mosquito palha (Phlebotominae), a enfermidade pode causar problemas dermatológicos (perda de pelos em focinho, orelhas e região dos olhos), crescimento anormal das unhas, emagrecimento progressivo, anorexia, e dependendo das complicações e da evolução do quadro, o animal pode morrer. Muitas vezes, o cão está doente e o proprietário não percebe.

Prevenção
A melhor maneira de prevenção contra o mosquito transmissor da leishmaniose é eliminar os criadouros. A fêmea do mosquito palha  colocam seus ovos em locais úmidos na terra (sob folhas e pedras) e em matéria orgânica em decomposição. Por isso, manter terrenos limpos é fundamental para evitar a proliferação do mosquito. Nos cães é recomendado o uso de coleiras repelentes para reforçar as medidas de prevenção.

Transmissão para humanos
A transmissão da Leishmaniose Visceral Canina ocorre pela picada das fêmeas infectadas. Primeiro o inseto infectado (vetor) pica o cão (ou outros hospedeiros vertebrados, como gato, gambá, cavalo) e ingere a leishmania. Esta transforma-se dentro do intestino do vetor em promastigota, que é a forma infectante. Essa nova forma, através da picada do vetor irá infectar humanos e novos animais, destruindo o sistema imunológico. Algumas pessoas ainda acreditam que o cão pode transmitir a doença diretamente para o humano, mas isso é um mito. Mordidas, lambidas, arranhões e contato físico não passam leishmaniose de cães infectados para humanos. É necessário o inseto, para que possa haver a transmissão e transformação do parasita.

Tratamento em animais
O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina não se configura como uma medida de saúde pública para controle da doença e, portanto, trata-se única e exclusivamente de uma escolha do proprietário do animal, de caráter individual. Está orientação está contida na Nota Técnica nº 11/2016 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Fonte: Site Prefeitura Municipal de Campo Grande